sábado, 7 de junho de 2008

Seus Olhos
de Almeida Garret

Seus olhos - se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti…
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.

JOÃO BAPTISTA DA SILVA LEITÃO DE ALMEIDA GARRETT

Nascimento: 04/02/1799, Porto, Portugal
Filiação: Antonio Bernardo da Silva Garrett e Ana Augusta de Almeida Leitão
Casamento: Luisa Midose; separado, vive com Adelaide Pastor até 1841 (sua morte)
Falecimento: 09/12/1854, em sua casa na atual Rua Saraiva de Carvalho, Campo de Ourique, Lisboa, Portugal
Causa: Cancro
Poeta, escritor, dramaturgo e político, iniciador do Romantismo português; exila-se na Inglaterra (1823 e 1828); Inspetor Geral dos Teatros (1837); Visconde (1851).

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