segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A ABOLIÇÃO DAS FESTAS CARNAVALESCAS

O COSTUME E O PECADO

São João Crisóstomo na homilia “Sobre as prostituições” 2, PG 51, 210 diz algo que cabe muito bem aplicarmos a certos costumes, tais como o carnaval, que leva muitos para o caminho do pecado:

“Que não me diga alguém que é costume; onde o pecado ousa aparecer, não te lembres do costume, mas, se suspeitos os eventos, mesmo que sejam antigo costume, elimina-os; mas, se não forem frutos da malícia, mesmo que não sejam costumeiros, introduza-os e plante-os bem fundo.” (S. João Crisóstomo, Sobre as prostituições, 2)
Comentário: Muitos vêem o carnaval como a festa da alegria. Nós, dizem, os pagãos, somos gente tola, que rejeitam as coisas alegres da vida. Ora, meus irmãos, não é nada disso como pensam os pagãos; nós cristãos não repudiamos a alegria, sabemos que a alegria constitui, é claro, um anseio e uma expectativa de nossa santa e divina religião católica. Não, porém, a alegria mundana, essa que nos oferece o mundo, alegria sem relação com o Cristo e a sua Igreja. O apóstolo Paulo, concebendo a alegria, não falou sobre alegria simplesmente, mas acerca da alegria no Senhor, acerca da duradoura alegria que existe mesmo nas tristezas, a qual a união com o Cristo cria.
"Santo Agostinho chamava os divertimentos carnavalescos de sacramentos do demônio, porque, em vez de nos fazerem amigos de Deus, eles nos fazem amigos do demônio; em vez de nos darem a graça, dão-nos a desgraça; em vez de nos abrirem a porta do paraíso, escancaram a porta do inferno." (Cf. COLOMBO,Giovanni. Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as festas do Senhor e dos santos. Edições paulinas, 1960, p. 316)
“Como podem chamar-se divertimentos as bebedeiras, as noitadas, os bailes, e todas as variadas desonestidades com e sem máscara? “Não divertimentos – clama S. João Crisóstomo- mas sim pecados e delitos.”
Bem dizia os Padres antigos quando dissera que a barafunda do carnaval é uma invenção do diabo. E muitos dos que se chafurdam dentro dela são cristãos que, na prática ao menos, querem desbatizar-se. Quando eles foram levados à pia sagrada, o ministro de Deus lhes disse: “Renuncias ao demônio e às suas pompas?” “Renuncio”, foi respondido.
Mas eis que nestes dias muitíssimos católicos arrancam do seu coração as renúncias, se esquecem do batismo, e, tornado pagãos, lançam-se no culto dos sentidos e nas pompas demoníacas. Há alguns que argumentam assim: “Não acho nada de mal ir a certos bailes dançantes, aos bailes de máscaras....” Pobre gente!
Mister se faz dizer que ela perdeu o senso do bem e do mal. Lembrarei então um episódio contado por Tertuliano, mas que pode ensinar muitíssimo, mesmo nos nossos dias. Uma mulher ao entrar em certo ambiente para os divertimentos carnavalescos (saturnálias), foi invadida pelo demônio. Arrastada perante o Bispo, este exorcizando-a, forçou o espírito maligno a dizer por que ousara molestar aquela mulher, que era boa e religiosa. ‘Se fiz isto, respondeu o demônio, tinha o direito de fazê-lo. Invadi-a porque surprendi-a no que é meu.’ ” (De spect., c. 26; Cfr. Adaptado de: COLOMBO,Giovanni. Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as festas do Senhor e dos santos. Edições paulinas, 1960, p. 315-316)

ALEGRIA DA CIDADE DOS HOMENS
Daniel André
A gloriosa Cidade de Deus, a Igreja católica, prossegue em seu peregrinar através da impiedade e dos tempos, vivento cá embaixo, pela fé, e com paciência espera a verdadeira alegria na firmeza da mansão eterna.
Enquanto isso, esquecendo de seu destino eterno, os homens da cidade terrestre, imprudentes e sensuais, desprezando os bens eternos, se alegram com as proximidades de mais um carnaval, a maior festa popular do país. Como porcos que se chafurdam na lama, enlameam-se no gozo dos pecados. Diz bem São Jerônimo: "nada há mais infeliz do que a felicidade dos que pecam!" (Cf. Santo Antônio, Sermão, 1Pn 6ª)
De tal modo, as pessoas perdem o juízo, que não somente se tornam insensatas, mas se reduzem à condição dos brutos; agindo como irracionais, entregando-se as bebedeiras, drogas, violência e imoralidades, sem considerar o que é o bem e o mal, seguem unicamente o instinto das afeições sensuais, entregando-se ao que lisonjeia a carne, sem pensar no que perdem, nem na ruína eterna que os ameaça.
Pelos canais de televisão, a mesma droga é difundida nos lares. Mulheres nuas, imoralidades, sambas que exaltam os falsos deuses das religiões africanas, etc. Alguns canais, só para ganhar audiência e perder algumas almas, apostam em nudez e carnaval trash com travesti e gafes.
O melhor mesmo, para aqueles que pertencem a Cidade de Deus, é o recolhimento. É hora de preparar-se para a Quaresma, escondendo-se dos tumultos, em intimidade com Nosso Senhor Jesus Cristo, o Deus verdadeiro. Enquanto isso, a cidade terrestre cultuará seus deuses com sacrifícios e renúncias para badalar todas as noites até o raiar do dia, sem perder nada da festa, mas perdendo tudo nela. É a "religião" da cidade dos homens com sua trindade carnal: a concupiscencia da carne, dos olhos e a soberba da vida.
Dizia Santo Afonso, que quando o pecador, para satisfazer qualquer paixão, ofende a Deus, converte em sua divindade essa paixão, porque nela põe o seu último fim. Assim diz São Jerônimo: “Aquilo que alguém deseja, se o venera, é para ele um deus. Vício no coração é ídolo no altar.”
Por isso, carnaval é a festa dos ídolos. Ídolos da bebida, do sexo, das drogas, das infidelidades. São ídolos no altar. São falsos deuses no coração dos homens.
SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO E O CARNAVAL
“Por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender que é Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de carnaval é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria. Se um só pecado, como dizem as Escrituras, já desonra a Deus, o injuria e o despreza, imagina quanto o divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de toda a espécie, por toda a condição de pessoas, e quiçá por pessoas que lhe estão consagradas. Jesus Cristo não é mais suscetível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, havia de morrer nestes dias desgraçados e havia de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que lhe são feitas.
É por isso que os santos, a fim de desagravarem o Senhor de tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado. No tempo do carnaval, Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O Bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Néri convocava o povo para visitar com ele os santuários e realizar exercícios de devoção. O mesmo praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão frequente.
Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval. Meu irmão, se amas também este Redentor amabilíssimo, imita os santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus Sacramentado ou bem recolhido em tua casa, aos pés de Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que lhe são feitas.
O meio para adquirires um tesouro imenso de méritos e obteres do céu as graças mais assinaladas, é seres fiel a Jesus Cristo em sua pobreza e fazer-lhe companhia neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios que nestes dias de carnaval lhe são oferecidos pelas suas almas prediletas!” (LIGÓRIO, Afonso Maria de, Meditações).
O Carnaval ofende a Jesus Cristo. Santa Faustina Kowalska diz: “Nestes dois últimos dias de carnaval conheci um grande acúmulo de castigos e pecados. O Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos nestes dias. Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista” (Diário, 926). E Santa Margarida Maria de Alacoque escreve: “Numa outra vez, no tempo de carnaval, apresentou-se-me, após a santa comunhão, sob a forma de Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos. O Sangue adorável corria de toda parte, dizendo com voz dolorosamente triste: Não haverá ninguém que tenha piedade de mim e queira compadecer-se e tomar parte na minha dor no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo agora?” (Escritos Espirituais).
Durante o carnavalm, os santos desagravavam e consolavam o Coração de Jesus tão ofendido durante os dias que precedem a quaresma. Eles faziam penitência, rezavam com mais fervor e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com Nosso Senhor.
— Santa Maria Madalena de Pazzi passava noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o Sangue de Jesus Cristo pelo pobres pecadores.
— O Bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas.
— São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias.
— São Filipe Néri convocava o povo para visitar com ele os santuários e exercícios de devoção.
— São Francisco de Sales exortava o povo a comungar com freqüência durante o carnaval, para consolar a Nosso Senhor.
— São Vicente de Paulo mandou que seus religiosos fizessem penitência durante o carnaval.
— Santa Margarida Maria de Alacoque sofria muito durante esse tempo.
— São Caetano de Thiene morreu de desgosto ao ver Nosso Senhor tão ofendido.
E você, católico, qual é o seu comportamento durante o carnaval? Você ofende a Jesus Cristo ou consola-O?
Se o carnaval fosse uma coisa boa, como muitos andam dizendo; será que os santos teriam agido dessa forma? Claro que não! O carnaval é do demônio, por isso, é preciso rezar e fazer penitência.
Num trecho de uma carta da falecida carmelita Lúcia, em 1940, ela escreveu:
(...) Nosso Senhor está descontente e amargurado com os pecados do mundo e com os de Portugal, ao queixar-se da falta de correspondência, vida pecaminosa do povo e em especial da tibieza, indiferença e vida demasiado cômoda que levam a maioria dos sacerdotes, religiosos e religiosas (...) Em reparação e súplica por si e pelas outras nações, Nosso Senhor deseja que em Portugal sejam abolidas as festas profanas nos dias de carnaval e substituídas por orações e sacrifícios com preces públicas pelas ruas”.
Imaginem só...
Se em 1940, Nosso Senhor já estava descontente com o carnaval lusitano, imaginem o que Ele pensa do carnaval carioca, baiano...

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