segunda-feira, 20 de junho de 2011

A SANTÍSSIMA TRINDADE

As três pessoas da Santíssima Trindade é um só Deus em Três Pessoas distintas. O Pai, o Filho e o Espírito Santo possuem a mesma natureza divina, a mesma grandeza, bondade e santidade. Apesar disso, através da história, a Igreja tem observado que certas atividades são mais apropriadas a uma pessoa que a outra.
A Criação do mundo é mais apropriada ao Pai; a redenção, ao Filho, e a Santificação, ao Espírito Santo.
Nenhuma das Três Pessoas Trinitárias exerce mais ou menos poder sobre as outras.
Cada uma delas tem toda a divindade, todo poder e toda a sabedoria. E justamente, nesta breve dissertação, constatamos a profundidade do mistério da Santíssima Trindade, ante a complexidade em assimilar a magnitude de Três Pessoas distintas formando um só Deus.
Trata-se, portanto, de um grande mistério, central da fé cristã.
As Escrituras são claras a respeito da Santíssima Trindade, desde o Antigo até o Novo Testamento.
A festa da Santíssima Trindade é um dos dias mais importantes do ano litúrgico.
Nós, como cristãos, a celebramos convictos, pelos ensinamentos da Igreja, que possui a plenitude das verdades reveladas por Cristo.
É dogma de fé estabelecido, a essência de um só Deus em Três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.
É um mistério de difícil interpretação, impossível de ser assimilado pelas limitações humanas.
Há séculos a Santa Igreja ensina o mistério de Três Pessoas em um só Deus, baseada nas claras e explícitas citações bíblicas. Mas desaconselha a investigação no sentido de decifrar tão grande mistério, dada a complexidade natural que avança e se eleva para as coisas sobrenaturais.
Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou exaustivamente compreender este inefável mistério.
Certa vez, passeava ele pela praia e, completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma. Até que se deparou com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajeto curto, mas repetitivo. Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar; sucessivamente voltava, enchia o copo e o despejava novamente.
Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer.
A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho. No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar aquele intento.
Aí a criança lhe disse: “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco, do que se compreender o mistério da Santíssima Trindade”.
E a criança, que era um anjo, desapareceu... Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a dimensão de Deus e que, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só o compreenderemos plenamente na eternidade, quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ao participarmos da Santa Missa observamos que, desde o início, no sinal da cruz, até o momento da bênção trinitária final, constantemente o sacerdote invoca a Santíssima Trindade, particularmente durante a pregação eucarística. As orações que o padre pronuncia após a consagração, que por certo são dignas de serem ouvidas com atenção e recolhimento, são dirigidas a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo, em unidade com o Espírito Santo. E é na missa onde o cristão logra vislumbrar, pela graça do Espírito Santo, o mistério da Santíssima Trindade. Devemos, neste momento, invocar a Deus Trino que aumente nossa fé, porque sem ela será impossível crer neste mistério, mistério de fé no sentido estrito. Mesmo sem conseguir penetrar na sua essência o cristão deverá, simplesmente, crer nele. O mistério da Santíssima Trindade é uma das maiores revelações feita por Nosso Senhor Jesus Cristo. Os judeus adoram a unicidade de Deus e desconhecem a pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial. Os demais povos adoram a multiplicidade de deuses. O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus, prega ser Deus Uno, em Três Pessoas distintas:

DEUS PAI

Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”; por si só é Princípio de Vida, de quem tudo procede; possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo. Atribui-se ao Pai a Criação do mundo.

DEUS FILHO

Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado. Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo a sua natureza humana, para nossa Salvação. É Ele eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância). Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo.

DEUS ESPÍRITO SANTO

Procede do Pai e do Filho; é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho; pode-se dizer que Deus, em sua vida íntima, é o Amor que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Batismo e na Transfiguração de Jesus; depois, no dia de Pentecostes, sobre os discípulos. Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade. Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do mundo.
O Pai é pura Paternidade, o Filho é pura Filiação e o Espírito Santo, puro nexo de Amor.
São relações subsistentes que, em virtude de seu impulso vital, saem um ao encontro do outro em perfeita comunhão, onde a totalidade da Pessoa está aberta à outra, distintamente. Este é o paradigma supremo da sinceridade e liberdade espiritual a que devem ter as relações interpessoais humanas, num perfeito modelo transcendente, só assim, compreensível ao entendimento humano.
É desta forma que devemos conhecer a mensagem da Santíssima Trindade, mesmo sem alcançar os segredos do seu mistério.
Desta maneira, devemos nos comprometer a adquirir certas atitudes nas nossas relações humanas.
A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima Trindade” como manifestação da celebração.
Não há melhor forma de fazê-lo senão revisando as relações com nossos irmãos, para melhorá-las e assim viver a unidade querida por Jesus:
“Que todos sejam um”.

Por Raquel Nascimento Pereira em: O que há nas cabeças.

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